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sábado, 13 de agosto de 2022

Afinal, quem paga as contas?



Nesse site sempre houve muita referência as relações sociais entre homens e mulheres e seu papel na sociedade. Mas qual é a graça de aprender tudo isso se não pôr em prática? Por isso hoje , vamos revisitar alguns conceitos pela ótica da hipótese. O que fazemos, por que fazemos e como aplicar o que entendemos?

Vamos conjecturar as seguintes situações em um jantar : Você um homem extremamente rico que tem o hábito de pagar o jantar em encontros amorosos; ou, você é um homem com menor poder aquisitivo, que se esforça para pagar a conta e impressionar alguém que quer conquistar ; talvez seja um casal que tem poder aquisitivo, diferentes ; por fim, uma mulher que aceita o convite. O que dirige nossas ações? 



Quando há um senso comum dizendo que quem sempre paga a conta é o homem, o que se lê é a cultura aristocrática em ação definindo o papel social pelos modos e hábitos. Por que ele é quem paga a conta? O papel do homem é ter o controle. Enquanto o papel aristocrático da figura feminina é estar bonita e disponível. Um homem que não precisa ficar contando dinheiro, não tem restrições em prover desde um jantar, até qualquer coisa que apraz.


Da mesma forma , o que vai cobrar é que a pessoa esteja disponível para os seus caprichos. E uma pessoa que diz o que ela deve comer, também dirá o que deve vestir e o que almejar na vida. 



A mulher que deseja se aristocrata, tem muitas limitações indenitárias. Porque é preciso anular os próprios desejos em troca de favores. Seguindo esse caminho as pessoas não se tornam admiradas e quistas, pelo que são, mas pelo que possuem , além de pela beleza e o encanto que podem proporcionar.
 

Há quem entenda isso como privilégio, um meio de conquistar facilmente conforto e riquezas ou pelo menos mantê-las. Esse é um estilo de vida que define como as pessoas se comportam pra ter o que querem a partir desse ponto. Você consegue enxergar as ambições desse homem e dessa mulher? O que eles fazem pra conseguir aquilo que querem? As pessoas atraem o que transmitem pelo que buscam : existem homens que querem manter essa hierarquia em busca da manutenção do seu status. E mulheres que se contentam em ser hierarquizadas. O que fica claro é que essa é uma posição hierárquica que não define igualdade entre as partes. 


Mas o processo de emancipação feminina não findou essa estrutura. As relações que antes eram de conjugues passaram a ser exigências trabalhistas. Onde a beleza e o encanto definem cargos e salários. Essa jornada por autossuficiência , não começou por modificar essa ordem, mas se aproveitar dela. Na primeira fase do feminismo , a definição de liberdade ,descritas por livros ,era sobre a vida em cabarés. A liberdade de estar com quem quiser, ao invés de se dedicar a um só casamento arranjado.  E podendo estabelecer uma livre relação de troca, onde a mulher estava no comando. Por ter algo bonito e encantador para oferecer. Nesse ambiente, rejeitado pelos “bons costumes”, que não era nenhum paraíso como as loucuras romantizadas nos livros, de pobreza à golpes , aqui a mulheres desenvolveram artimanhas pra defender sua ‘independência’ , reduzindo a autonomia a um mero senso se sobrevivência. Atribuindo a liberdade ao corpo, como mero instrumento de exercer poder.


Mas o feminismo amadureceu e adquiriu outras fontes. Como em sua 3 fase, onde essa relação de hierarquia, não é só reconhecida como patriarcal mas é escravocrata. Ou seja, além da autonomia financeira, existe a autonomia do corpo e a autonomia da vontade. E uma mulher com independência escolhe pra onde vai, com quem vai e o que vai querer , sem a obrigação de agradar a boa vontade masculina. Esses valores conflitantes desafiam a manutenção do status masculino. E pra conseguir exercer sua “ superioridade natural”, começam a se comportar diferente, em uma sociedade que está organizada a acolher as suas vontades.




Feminismo só até aqui – Por que a diferença salarial incomoda? Porque estabelece quem comanda e o poder vira uma disputa que afeta egos. A sociedade abraça quando a mulher ganha menos, mas paga mais pois a partir daí vai guardar menos. Com muitas mulheres confortáveis em se manter dependente ou lutar pelo manutenção desse duplo privilégio.



Da mesma forma que o mercado se dedica mais a beleza e ao encanto da delas do que dos homens. Para o homem é mais fácil competir com a beleza e o encanto para um cargo de poder, do que com qualidades humanas de inteligência e competência. Basta empurrar um estereótipo de conquistas baseado em artimanhas e não em talento. Por outro lado, um homem que tem mais recursos financeiros escolhe mais com quem se relaciona, do que aquele que não tem. A indústria alimenta o sonho de bancar a mulher, como forma de conquista. Como forma de ter a mulher que quiser aos seus pés. 


 Então o que acontece quando esse desejo de harém desmorona? Ele se apressa a empurra a mulher para o lugar que ‘ merece’, tendo todos os recursos da sociedade a disposição pra que possam pagar por isso. A experiência mostra que começa com o discurso. Primeiro geral, até o específico. A supersexualização como papel central da mulher, se desdobrando em insulto. A anulação do seu poder de decisão , atribuir suas conquistas a terceiros ou roubá-las pra si , com um sentimento de merecimento.


Como fazer então, para se diferenciar de tudo isso? Basta prestar atenção na motivação de cada ato, individualmente, pra saber se é um desejo masculino, um desejo feminino ou uma convenção social sendo preservada. E então você poderá quebrar os padrões, administrando os seus.



 Voltando a prática do restaurante, manter a etiqueta é uma questão de educação. Porque classe e elegância, não é só bonito e encantador. É também inteligente. Independente de ser uma relação amorosa, ou não, quem convida é quem paga. Da mesma forma , escolhe o lugar e a hora. Mas se o convite foi feito, qual o objetivo do jantar? Intensificar relações de amizades ? Boa vontade ? O quanto o convidado pode ter certeza que pode levantar da mesa e voltar pra casa, sem o débito de entregar alguma coisa em troca? Quando, como e onde definem mais se aquele recurso está sendo usado pra criar laços ou pra comprá-las, do que o simples desejo de impressionar e ser impressionado.

Por outro lado, uma forma de se distanciar de inquerências, cobranças ou mal intendidos é associar o ato de “bondade” a um outro ato de “bondade” compatível, evitando débitos emocionais de custos indiretos. Pagar um convite do jantar com outro jantar, agora de sua preferência. Ou com um presente de agradecimento que corte qualquer tipo de esperança em cobrar. Se oferecer para dividir a conta também é um ato de educação, embora não seja obrigação. Quando há diferenças significativas de rendas a sugestão é contribuir de acordo com a sua capacidade, com qualquer valor que seja. É importante lembrar que caso queria dividir a conta, essa se torna uma decisão previamente combinada, oferecida pelo convidado, nunca uma obrigação.


 Existe sempre a possibilidades de quebrar padrões e brincar com o assombro das pessoas ao perceber quem é que está no controle da situação. Mas pra encontrar essas pessoas, seria preciso mudar o modo com que atraem umas as outras e pelo que se interessam. Acima de tudo cuidar dos próprios modos e costumes, pra não se deixar ser definido por nenhum desses atos.


 
Pelas regras da etiqueta, nada impede que um homem queira se comportar como aristocrata. E nada impede que a mulher aceite esse estilo de vida. Qualquer que seja escolha , os nossos atos se tornam um legado social que definem como as pessoas vão nos vê e nos tratar. E no final, quem paga ESSA conta?