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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O fim do trabalho



Para saber sobre a qualidade de vida em um país, um dos indicadores mais importantes é a relação com o trabalho. Isso influencia outras variáveis como os índices de pobreza, educação e até o de violência. Mas há que se considerar os indicadores que influenciam a própria capacidade de gerar empregos. Entre eles estão o desenvolvimento saudável do agronegócio, indústria e comércio.

Mas, se com a revolução industrial, a produção em massa gerou uma necessidade de mão-de-obra extensiva, esse processo também buscou formas de baratear custos através da mecanização. E isso iniciou a terceira revolução industrial, do qual chamamos a modernização pela robótica, biotecnologia, estudo da genética humana,eletroeletrônica e informática.
 
A partir da década de 50 , a corrida por tecnologia bélica, durante a guerra fria e a eminência da segunda guerra, promoveu o desenvolvimento de equipamentos de disseminação de informação, como a internet e as variedades de softwares. A televisão por exemplo, se estabeleceu, ao longo de pelo menos 50 anos, como uma das maiores fontes de poder ligado à política e ao entretenimento. Com essa inovação , o high tech se voltou para o mercado através de construção de soluções para indústria e como uma nova forma de commodities (celulares e etc). E então surgiu a robótica.


A robótica veio a princípio para facilitar a produção em massa e a medida que progride vem ocupado o papel de funções manuais através de tarefas mecânicas. E assim tem dominado o agronegócio a indústria e o comércio através de commodities. Para extensas áreas de lavouras, a biotecnologia oferece recursos de plantio, manutenção e colheita, enquanto que no comércio a tendência são atendimentos eletrônicos e informatizados realizado por aplicativos de comando, chamado de assistentes virtuais.

 
Mas , o que por um lado, causa um barateamento da produção e teoricamente do valor final do produto ( aquele preço que chega nas prateleiras dos supermercados) ,também é responsável por um déficit na geração de emprego e de renda. E assim,o aumento da produção e desenvolvimento da indústria deixa de ser indicadores de contração. Interferindo regionalmente, na qualidade de vida local, somente quanto ao pagamento de imposto ao governo, pelo uso do solo. Uma vez que o intuito de políticas públicas de atrair monopólios com incentivos fiscais e até isenção de imposto é gerar mais empregos para garantir mais qualidade de vida à população, esse objetivo não se torna alcançável.

Aqui vemos claramente como uma gestão neoliberalista do estado tem uma forte tendência de proteger mercados e o setor privado ao invés de concertá-lo. Quando a função do governo é comprometida com uma gestão político-administrativa , sua função impede naturalmente o desagregamento da qualidade das relações que mantem a sociedade e também sustentam a própria existência do Estado.



E uma das formas de conciliar esse problema crescente dos novos tempos, seria aliar o crescimento dos monopólios através da capacidade que sua expansão tem de gerar empregos. Essa variável seria capaz de baratear o custo do vínculo empregatício (ou outro encargo que desafogue esse) à medida que sua capacidade produção atingisse uma larga curva de demanda. Assim o emprego deixaria de onerar de forma significativa o custo de produção. Ao mesmo tempo mantendo a qualidade dos salários ocasionando tempo e recurso para desenvolver sistema que tenha a capacidade de consumir acima da linha da sobrevivência. Enquanto a robótica seria forçada a desenvolver à partir de um princípio que gere mais empregos, auxiliando a produção. E não apenas substituindo.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O lugar da pobreza no mundo





Apesar da revolução que trouxe aos tempos modernos, uma nova forma de pensar, de agir , de consumir e possibilitou expandir a capacidade de produzir, não conseguiu deixar pra trás convicções que serviram de alicerce desde o nascimento e desenvolvimento da nossa sociedade. Por muito tempo os princípios que justificavam qualquer tipo de relações sociais esteve relacionado à inspirações divinas de que mérito é uma virtude dada por deus e da mesma forma que as teorias deterministas, o indivíduo já nasce predisposto para o sucesso ou fracasso. Considerando a forte influência católica que se estabeleceu como referência acadêmica, principalmente entre os séculos XII e XVIII, aquele que esteve, efetivamente no centro do poder político ,econômico e social, ensinava o que queria principalmente quando fosse ratificar a própria superioridade sobre os outros.

Assim os discursos como ‘Você é rico ou pobre porque deus quis assim’ , exprimem a justificativa dos governos teocráticos , que é um sistema de governo baseado em normas religiosas do qual as inspirações divinas que definem cargos políticos e o determinismo geográfico que justificou as guerras e a escravidão como fatores predeterminados de inferioridade de um território ou de uma ancestralidade. Em um embasamento histórico, é possível identificar os interesses vigentes como a manutenção do clero ligado diretamente à aristocracia (classe alta) , com poderes políticos, que , em um período onde aquisição de terras significavam domínio e prestígio , terras quentes em regiões tropicais extensas e inversamente proporcional a quantidade populacional, que poderiam produzir em larga escala produtos tropicais que não existiam em zonas temperadas com clima frio , pra competir com o comércio das Índias que tinha a hegemonia do comércio de especiarias.

Isso mudou a forma de trabalho, estabeleceu padrões de comércio, padrões de relações sociais e cultura organizacional. E então chegamos ao século XX e o capitalismo se apropriou de forma um pouco preguiçosa de alguns padrões antigos para responder as necessidades básicas do desenvolvimento em larga escala e a manutenção de hierarquias.

E quais são elas? A primeira é a necessidade da manutenção da pobreza. Justificada como incapacidade do ser humano de evoluir. Ela se estabelece como um contraponto no processo de produção com o intuito de produzir 3 resultados:

A primeira é a mão-de-obra barata. A produção em larga escala requer que o valor do trabalho seja menor do que as riquezas que a capacidade de distribuição podem trazer. Basicamente na escala de oferta, quanto menor for o salário do trabalhador, maior será a margem de lucro. Por isso, leis trabalhistas , a educação, a qualidade de vida, a saúde , são distrações que mantêm uma classe na pobreza preocupada em sobrevivência. E isso dentro da própria concorrência no mercado de trabalho.

Enquanto isso , o segundo resultado é o acesso à matéria prima barata, que reflete em interferências politicas, econômicas e guerras em um país e em uma determinada região para outra. Assim multinacionais se instalam em territórios que tem bastante matéria prima, ao mesmo tempo que é corrompida por processos sistêmicos de corrupção e conflitos que barateiam a extração de recursos.

E a terceira é especulação financeira que se reflete na capacidade de ter uma moeda forte e estável que produz lucro ou compensações satisfatórias nas relações de trocas. Comprar barato e vender caro.


Sendo assim, governos que se apresentam como neoliberais e tem uma força para se comportar como se o país fossem uma empresa, tendem a polarizar o mundo em duas extremidades de acordo com sua capacidade de expansão dos negócios, sem considerar variáveis no meio disso tudo como opções conciliatórias e tendem a levar o mundo à destruição. Porque em algum momento esses dois polos se chocam. E então já no século XXI , com a chegada da 3º revolução industrial ( a robótica) , essas convicções do passado reiterada ao longo dos anos , se tornam obstáculos para pensar uma nova forma de organizar a sociedade, sem alcançar o colapso.E ainda assim, erradicação da pobreza continua como primeira meta de desenvolvimento sustentável da ONU. 

sábado, 19 de outubro de 2019

A lógica do consumismo





O objetivo da iniciativa privada é gerar lucro. Para isso, é necessário trabalhar com variáveis de demanda de mercado e capacidade de produção. Ou seja, ao criar um produto ele precisa ter uma necessidade de mercado e ser rentável. Mas quando se trata de grandes oligopólios, não basta gerar lucro, quando a intenção maior é criar riquezas com o acúmulo de grandes capitais. E assim, o que nós chamamos de mercado se organiza para criar uma necessidade. As tendências de mercado.



Essa é uma forma de se integrar a uma grande mudança do século o passado, as revoluções industriais que impulsionaram o capitalismo, a primeira através da máquina à vapor e a segunda pelo modelo fordista de produção em massa. O fato de poder produzir em quantidade se por um lado atendeu a uma população que também crescia ,alimentou outras formas de estimular a produção a gerar uma maior capacidade competitiva de dominação de espaço por área, país ou região. E junto com o capitalismo nasceu todo o estudo de desenvolvimento econômico através do marketing, administração, entre tantas outras que surgiram a partir desse ponto.



O capitalismo possibilitou ter em nossas mãos a capacidade de não nos preocupar com a oferta desde alimentos à utilitários necessários no dia à dia , ampliou a capacidade de comunicação e socialização e os meios de trabalho. A estabilidade cria qualidade de vida , que cria mercados.

Mas quando se trata de comércio, tê-lo com foco de crescimento econômico é uma relação, relativamente nova. Vamos imaginar que na idade da pedra também haviam preocupações em diferentes proporções do que as atuais. Como por exemplo, a simples falta de conservante ser impossível a capacidade de estocar alimentos, sendo essa uma atividade diária, que talvez exigisse o trabalho em grupo pra defender um determinado território, que naquele verão cabia uma fauna e que também atraia animais, e que também atraia um outro grupo de humanos com a mesma intenção, causando uma disputa por território entre eles. Assim essa disputa por território se estendeu por gerações, após a criação das nações até o feudalismo instituir o acumulo de terras como fonte de força ,poder e riqueza.

Enquanto na era das grandes descobertas do novo mundo (o que hoje são as Américas, a Índia,a África etc) o foco era a ampliação de áreas com foco em plantio e mão de obra barata, o capitaliSmo foca a produção de royalties através da gestão de commodities, porque o show tem que continuar.

As novas formas de produção exigem a existência de um mercado que o sustente. Porque a escala de valor de um produto que é produzido em quantidade ,depende da sua capacidade de escoamento para se manter competitivo no mercado.



Mas até que ponto isso pode ser considerado a manutenção da atividade para se tornar um controle arbitrário e autoritário da manutenção de commodities para fins de manipulação financeira?
O mercado não é impulsionado pelo equilíbrio, estabilidade e harmonia. É preciso incitar uma certa compulsão para criar um comércio, é preciso ‘esgotar’ a matéria-prima para produzir, é preciso explorar a oferta para gerar preço e é preciso poder de compra para gerar riquezas.

Nesse momento é que o Estado tem o papel de regular a livre iniciativa e a livre concorrência, para evitar que essas relações de trocas sejam exploradores de uma população alienada ao invés de construir uma relação de mercado onde ambas as parte se beneficiem. Cada país tem sua própria legislação a respeito, claro, o que não impedem as relações de abuso de poder acontecerem. Então o que está faltando?

Talvez, seja alinhar as tendências de mercado ao que realmente importa.



segunda-feira, 30 de setembro de 2019

IDENTIDADE COLETIVA






O desafio do mundo é saber quem somos e para onde vamos. Assim, eventos como UNGA ( Assembleia geral das nações unidas) são formados pra debater as necessidades de cada país e o destino geral do mundo. Nele, vários líderes mundiais e representações filantrôpicas discurssam sobre a necessidade regionais do seu grupo para tentar alinhar sua estratégia ao objetivo de desenvolvimento sutentável aplicado em conjunto.

Chamado em inglês de global goals,à partir da identificação de colapsos estruturais são estebelicidas metas para ‘salvar o planeta’. Mas como chegamos à esse ponto? Na política não existe divisão entre o ‘bem versus o mal ’ e sim a administração de interesses, de um grupo, de um estado ou de uma organização.

Então os problemas começam. Administrar interesses já vem carregado de uma argumentação tão cretina , que o que prevalece é a demagogia do privilégio. e isso é pior do que dizer ’ nós ricos, não queremos ser nivelados à prole,perdendo o que é nosso por direito ou herança ’, o que continua sendo absolutamente ridículo caracterizar a perda de privilégio a um nivelamento social que eles chamam de ‘socialismo’. Atrás desse argumento está tão somente a lógica do consumismo. Neste caso, admite-se que a função social do ‘ESTADO’ é produzir riquezas para esse grupo de ‘feudos’ , que podem reinvindicar poderes econômicos e religiosos em uma determinada região.

Mas a lógica do consumo ou do consumismo produz na prática, a gestão privada dos recursos públicos. Ou seja, a nação se comporta como uma empresa no cenário mundial, administrado por gestores cujo o objetivo é ampliar mercado para obtenção de lucro e riquezas. Assim, o poder se torna uma moeda de troca e uma comodity da aristocracia. É como se fosse o capitalismo aplicado ao feudalismo dos tempos modernos, onde as comodities são as pessoas e o trabalho que elas representam, comandadas por grandes dententores de terras que se apresentam como presidentes dos seus respectivos países.

Para a sustentação dessa argumentação ,que vem da manutenção de séculos passados, a função do povo como nos feudos, é trabalhar e consumir. O trabalho , nem é necessário explicar , vem da obrigação de produzir para o estado como se fosse uma dívida social. Disso o argumento é que o não detentor de terras, propriedades, oferece o seu trabalho em favor da manutenção da sua vida e essa assistência custa mais do que o valor do seu trabalho. 


Por outro lado, a obrigação de consumir ,à partir de um viés ideológico, obrigam a população a alimentar o comercio e a economia, para que as riquezas geradas possam servir de base para outras guerras por poder e ampliação de territórios. O domínio agora é um conceito de uma doutrina que envelheceu com sua lógica funcional.


Temos então a ONU, nascida após a guerra fria, com o objetivo de coordernar o viés ideológico para evitar que as guerras por poder e ampliação de território se tornem um problema que causem o declínio do sistema. Mas a própria ONU não nasceu perfeita, porque o ser humano é corrupto por natureza e a ele não é ensinado a agir em benefício de uma harmonia social, para agir apenas em benefício próprio. E não se trata de ser bom ou ser cruel como referência disciplinar , se trata apenas em uma capacidade limitada de entender que o papel que exerce na sociedade, não deixa o mundo a serviço dele.

Enquanto os 17 global goals caminham em uma direção metodológica , como se o mundo fosse perfeito ao desenvolver seus papeis sociais onde deveriam estar, na prática a instituição se comporta para ressaltar políticas totalitaristas de um país contra o outro. Assim aconteceu com o plano Feltman, interferindo na guerra da Síria, para enfraquecer o governo, alimentando crimes contra humanidade.

 

Para alcançar o resultado esperado, não é só importante entender as necessidades a serem alcançadas, mas principalmente o papel do estado. A função do estado é o ordenamento jurídico de uma população, em um determinado território, com limites definidos, que respeitam um conjunto de leis que dela provem a harmonia do funcionamento da gestão do governo. E dela não depende só a manutenção de riquezas para o funcionamento do mercado, mas a economia atende a uma atividade que sustenta a nação, pelas suas culturas, suas tradições, seus costumes, em uma coletividade que não pertence à igreja, não pertence à indústria e não pertence aos feudos. e sim ao que podemos chamar de identidade coletiva.



Global Goals link




domingo, 1 de março de 2015

Jornalismo na era da overdose da informação






Nessa época da supervalorização de conteúdo, o jornalismo tem sido alvo fácil do descrédito de uma população jovem, que se intitula muito bem informada, ao ponto de desmerecer os meios tradicionais de informação.  Entre jogo de palavras e conclusões superficiais, vai se formando uma geração que entende pouco do muito que lê. E por não ter referências, consegue facilmente se deixar acreditar em conclusões que demonstram ser tão partidárias, quanto aquelas em que se queixam contra.


O jornal surgiu pela necessidade de propagar resoluções do governo que atingia a todos, que entre outras coisas atendiam aos interesses de classe do império romano. Também, Cesar se utilizou a ACTA DIURNA para informar sobre conquistas militares e políticas, mas suprimindo derrotas e escândalos. O jornal era feito manualmente através de vários correspondentes para acompanharas notícias.

O jornalismo tem por objetivo a propagação da informação comum à população, mas ela nunca foi imparcial. Há os partidários políticos conservadores ou radicais, há os partidários da verdade, há os que atendem a interesses empresariais e os que omitem por interesse próprios de visibilidade ou fama.




O que muda é a capacidade que um meio de comunicação tem de influenciar na opinião comum em momentos históricos, como quando fez valer a sua importância na época da revolução francesa.Nesse momento a propagação do debate se tornaria um fator relevante, em uma ocasião que simplesmente mudou os rumos da humanidade através de disputa não apenas de poder, mas que resultou em exemplo de constituição de direitos humanos e democracia no mundo todo.Para quem já folheou o jornal pasquim conhece como a crítica política é feita através de charge, porque também foi um veículo de comunicação importante na época da ditadura.




Hoje, o que se vê é uma disputa por audiência que inverte os valores da comunicação em troca de um público cativo do qual precisa chamar a atenção. Um público que se aliena ainda mais porque não sabe pelo que lutar ou o que defender ainda que tenha acesso diário a uma overdose de informação. Se apoiam em lideres anarquista que nem entendem o que dizem, mas afirmam confiadamente que o futuro da comunicação está na deepweb. E para tornar cada vez mais forte a sua própria influência sobre a massa de manobra que construiu, dispara suas armadilhas de sofismas diárias pra induzir ao erro. E induzir uma pessoa a tirar conclusões precipitadas sobre algo ou alguém, passa longe de ser brincadeira e ultrapassa as barreiras da manipulação. Portanto há quem pratique tudo aquilo que diz lutar contra, sem ao menos se dar conta disso. O melhor tipo de massa de manobra é aquele que não se considera um.

A Deepweb é considerada quase um templo mor daqueles que julgam a tudo a todos que estejam fora dela, como hipster.Um fruto da internet, que começou a existir a partir das necessidades militares de comunicação.
Em 2013, 43 jornalistas foram mortos 
Ela é de fato uma ferramenta muito importante de comunicação hoje, porque lá o jornalismo onde os países ditatoriais proíbem a livre opinião, acaba se tornando um lugar seguro para a divulgação de informação em tempo real do que acontece.  Mas a questão é que apenas o fato de uma busca não estar em um buscador regulamentado como google, não torna ninguém mais cidadão ou menos alienado. Qualquer pessoa que tenha uma base escolar satisfatória ao ponto de saber que Tiradentes foi um manipulado ao invés de herói e que o EUA não teria conquistado a sua independência sem a ajuda da França, não se impressionaria ao se deparar com fatos ou dados, antes não difundidos.

A livre opinião é o que torna o cidadão mais consciente do seu papel na sociedade, aceitando pacificamente ou não. Mas uma sociedade cega pode se tornar tão facilmente manipulável quanto radicalmente anarquista. E o melhor exemplo disso é ir pra rua sem saber sobre o que lutar. Uma massa unida, mas sem unidade é como uma onda que passa, faz seus estragos e não muda nada.



É importante ressaltar que a falta de crítica empobrece todos os setores da sociedade, que, teoricamente se transforma para melhorar. Os meios de comunicação são importantes para a democracia, assim com os críticos são importantes para consolidar uma opinião. O medo de que uma população consciente seja a causa do anarquismo, pode se vencido a partir do momento em que se tem a exata noção de que lutar pela igualdade não é quebrar tudo e consumir melhor não é consumir menos. Os desafios se tornam maiores a partir do momento em que a qualidade em todos os níveis de produção tem que seguir juntas e que decadência de alguns setores não se torna um vácuo, será inevitavelmente transformada em outra coisa.


Mas quando se fecha olhos para o que está acontecendo a fim de obter um resultado imediato, é em longo prazo que se percebe a degradação que acontece em cadeia sem possibilidade de cura. Uma sociedade com má formação não produz bons frutos.




quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Aos presidenciáveis, o debate





Hoje começa, na tv, o primeiro debate entre os presidenciáveis na Band. Não tenho acompanhado muito de política além de algumas entrevistas individuais, como as dada ao Jornal Nacional. De qualquer forma manterei meu direito de voto secreto (até porque não decidi meus votos ainda)
e partir para o questionamento de coisas que eu gostaria de entender sobre o posicionamento dos presidenciáveis. Sendo assim, de fora, darei minha visão dos pontos positivos e negativos dos principais presidenciáveis em disputa.

A começar pela presidente em questão, a Dilma, da qual tenho imenso respeito apesar das crises que a cerca. E explico o porquê. Ela viveu ativamente no período da ditadura no Brasil, pegou em armas, foi presa e torturada. Ela lutou pelo país de uma forma que ,eu particularmente, jamais faria. Você tem que estar decido a lutar pelo todo quando entra em uma revolução, porque seguir a maré é mais fácil e confortável. Por isso julgo menos as sequelas de que uma ditadura pode causar, porque por muito menos há pessoas que se entopem de remédios por causa do stress relativos à coisas menores da rotina. Mas é verdade que com o tempo partido que nasceu de causas trabalhistas sucumbiu à corrupção (já existente e operante) em nome de se manter no poder e além disso o atual governo age agora de forma mais conservadora quanto a economia. Eu, particularmente, não estou vendo muito sentido sobre a crise ser um reflexo externo como li vagamente por aí.


A crise externa que aconteceu no período em que Lula foi presidente, não existe mais, ou não na mesma proporção. De qualquer maneira, o Brasil estava em crescimento natural, conquistada com a estabilidade da moeda em um processo iniciado desde de que Itamar Franco assumiu a presidência, depois do calote e impeachmant de Collor (me corrigiam se eu estiver errada). O mercado interno estava forte , mas os dados econômicos , que são calculados em comparações entre períodos, só se mantêm estáveis quando não existem. Nesses quatro anos de presidência , os fatores de variação vieram do ambiente interno, safra de alimentos que dependem do tempo e ambiente e a saturação do mercado dos bens duráveis. Obviamente as minhas soluções postas aqui seriam bem simplistas, dada a complexidade da economia, mas para resolver essa crise, Dilma e seu conselho econômico optou por medidas imediatistas dentre as quais estão incentivos com isenções fiscais e revisão de metas inflacionárias aumentando o seu limite. Com isso evitar a demissão em massa e recessão econômica. Também não sei até que ponto incentivos fiscais a importação de alimentos e a exportações dos bens duráveis excedentes como solução temporária, poderiam impactar outros dados econômicos a longo prazo. O fato é que ambas as crises são pontuais e esse clima de medo baseado em uma crise da moeda que aconteceu no passado, acho improcedente. Algum presidente invariavelmente teria que passar por isso e saber se manter em uma crise, pra mim soa mais importante do que evitar que exista. Outras questões como o atraso em obras públicas advém de questões políticas e ainda falta muito pra chegar perto da eficiência japonesa.

Quanto a Marina Silva, ela herdou um desafio grande pela frente. Já tinha feito um comentário sobre ela anteriormente, ao longo do tempo adquiriu um discurso mais moderado, o que é possível ter sido facilitado pela convivência até então com Eduardo do qual, ouvi dizer, fizeram um planejamento integrado. Com a tragédia, a campanha ganhou força popular e também crises internas. Isso por si só já é o maior teste que ela possa ter de gestão, vencendo ou não as eleições. Eduardo era um moderado de direita, enquanto Marina é moderada de esquerda. A crise começa quando a direita acha que Marina não tem o perfil de gestor ao ponto de atender reivindicações de classes. É necessário ter muita habilidade política, assim como na presidência onde cargos e ministérios tem mais perfis de indicações políticas e partidárias do que técnico. Se ao menos esses cargos fossem ocupados por técnicos que pudessem assumir uma mobilidade partidárias seria então mais fácil do que extinguir interesses partidários em cargos.

Não é difícil descobrir porque Aecio é a felicidade dos paulistanos. Ele representa a imagem do empresariado. E como todo empreendedor ,ele é muito bem relacionado. Isso por si só já deixa a porta aberta pra facilitar muitas negociações. Disso eu não tenho dúvidas. Essa visão empreendedora é muito cativante e atraente para os investimentos privados. Mas eu não tenho muita certeza até que ponto as decisões que venha a tomar, diante de tanta facilidade, seriam de fato as melhores e pra quem. Falta-me entender um pouco quais são as funções que um presidente assume, das quais são decisões independentes do congresso. Sancionar é um ato feito em conjunto e para todos. O que é muito diferente de um cargo de empresa privada, a lei do livre comercio exige uma postura diferente de um cargo privado. Eu não preciso me preocupar com algo que o outro fará por mim, só me preocupo com o que não fará. Projetos sociais, por exemplo, que entram em discussões políticas e pouco práticas por ser ações populistas de curto prazo e que por sua vez se tornam substitutas das ações de longo prazo. Os caminhos que ele pretende traçar, caso se eleja , pra mim não estão muito claros e são essas questões que espero serem esclarecidas.

Seria muito digno evitar baixarias e discussões de caráter superficiais e irrisórias.
Enfim, que comecem os debates!



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Jornalismo na era da overdose de informação






Nessa época da supervalorização de conteúdo, o jornalismo tem sido alvo fácil do descrédito de uma população jovem, que se intitula muito bem informada, ao ponto de desmerecer os meios tradicionais de informação.  Entre jogo de palavras e conclusões superficiais, vai se formando uma geração que entende pouco do muito que lê. E por não ter referências, consegue facilmente se deixar acreditar em conclusões que demonstram ser tão partidárias, quanto aquelas em que se queixam contra.


O jornal surgiu pela necessidade de propagar resoluções do governo que atingia a todos, que entre outras coisas atendiam aos interesses de classe do império romano. Também, Cesar se utilizou a ACTA DIURNA para informar sobre conquistas militares e políticas, mas suprimindo derrotas e escândalos. O jornal era feito manualmente através de vários correspondentes para acompanharas notícias.

O jornalismo tem por objetivo a propagação da informação comum à população, mas ela nunca foi imparcial. Há os partidários políticos conservadores ou radicais, há os partidários da verdade, há os que atendem a interesses empresariais e os que omitem por interesse próprios de visibilidade ou fama.





O que muda é a capacidade que um meio de comunicação tem de influenciar na opinião comum em momentos históricos, como quando fez valer a sua importância na época da revolução francesa.Nesse momento a propagação do debate se tornaria um fator relevante, em uma ocasião que simplesmente mudou os rumos da humanidade através de disputa não apenas de poder, mas que resultou em exemplo de constituição de direitos humanos e democracia no mundo todo.Para quem já folheou o jornal pasquim conhece como a crítica política é feita através de charge, porque também foi um veículo de comunicação importante na época da ditadura.




Hoje, o que se vê é uma disputa por audiência que inverte os valores da comunicação em troca de um público cativo do qual precisa chamar a atenção. Um público que se aliena ainda mais porque não sabe pelo que lutar ou o que defender ainda que tenha acesso diário a uma overdose de informação. Se apoiam em lideres anarquista que nem entendem o que dizem, mas afirmam confiadamente que o futuro da comunicação está na deepweb. E para tornar cada vez mais forte a sua própria influência sobre a massa de manobra que construiu, dispara suas armadilhas de sofismas diárias pra induzir ao erro. E induzir uma pessoa a tirar conclusões precipitadas sobre algo ou alguém, passa longe de ser brincadeira e ultrapassa as barreiras da manipulação. Portanto há quem pratique tudo aquilo que diz lutar contra, sem ao menos se dar conta disso. O melhor tipo de massa de manobra é aquele que não se considera um.

A Deepweb é considerada quase um templo mor daqueles que julgam a tudo a todos que estejam fora dela, como hipster.Um fruto da internet, que começou a existir a partir das necessidades militares de comunicação.
Em 2013, 43 jornalistas foram mortos 
Ela é de fato uma ferramenta muito importante de comunicação hoje, porque lá o jornalismo onde os países ditatoriais proíbem a livre opinião, acaba se tornando um lugar seguro para a divulgação de informação em tempo real do que acontece.  Mas a questão é que apenas o fato de uma busca não estar em um buscador regulamentado como google, não torna ninguém mais cidadão ou menos alienado. Qualquer pessoa que tenha uma base escolar satisfatória ao ponto de saber que Tiradentes foi um manipulado ao invés de herói e que o EUA não teria conquistado a sua independência sem a ajuda da França, não se impressionaria ao se deparar com fatos ou dados, antes não difundidos.

A livre opinião é o que torna o cidadão mais consciente do seu papel na sociedade, aceitando pacificamente ou não. Mas uma sociedade cega pode se tornar tão facilmente manipulável quanto radicalmente anarquista. E o melhor exemplo disso é ir pra rua sem saber sobre o que lutar. Uma massa unida, mas sem unidade é como uma onda que passa, faz seus estragos e não muda nada.

Cultura da impunidade

É importante ressaltar que a falta de crítica empobrece todos os setores da sociedade, que, teoricamente se transforma para melhorar. Os meios de comunicação são importantes para a democracia, assim com os críticos são importantes para consolidar uma opinião. O medo de que uma população consciente seja a causa do anarquismo, pode se vencido a partir do momento em que se tem a exata noção de que lutar pela igualdade não é quebrar tudo e consumir melhor não é consumir menos. Os desafios se tornam maiores a partir do momento em que a qualidade em todos os níveis de produção tem que seguir juntas e que decadência de alguns setores não se torna um vácuo, será inevitavelmente transformada em outra coisa.



Mas quando se fecha olhos para o que está acontecendo a fim de obter um resultado imediato, é em longo prazo que se percebe a degradação que acontece em cadeia sem possibilidade de cura. Uma sociedade com má formação não produz bons frutos.