Apesar da revolução que trouxe aos tempos modernos, uma nova forma de pensar, de agir , de consumir e possibilitou expandir a capacidade de produzir, não conseguiu
deixar pra trás convicções que serviram de alicerce desde o nascimento e desenvolvimento da nossa sociedade. Por muito tempo os princípios que justificavam qualquer tipo de relações
sociais esteve relacionado à inspirações divinas de que mérito é uma virtude dada por deus e da mesma forma que as teorias deterministas, o indivíduo já nasce predisposto para
o sucesso ou fracasso. Considerando a forte influência católica que se estabeleceu como referência acadêmica, principalmente entre os séculos XII e XVIII, aquele que esteve, efetivamente no
centro do poder político ,econômico e social, ensinava o que queria principalmente quando fosse ratificar a própria superioridade sobre os outros.
Assim os discursos como ‘Você é rico ou pobre porque deus quis assim’ , exprimem a justificativa dos governos teocráticos , que é um sistema de
governo baseado em normas religiosas do qual as inspirações divinas que definem cargos políticos e o determinismo geográfico que justificou as guerras e a escravidão como fatores predeterminados
de inferioridade de um território ou de uma ancestralidade. Em um embasamento histórico, é possível identificar os interesses vigentes como a manutenção do clero ligado diretamente
à aristocracia (classe alta) , com poderes políticos, que , em um período onde aquisição de terras significavam domínio e prestígio , terras quentes em regiões tropicais
extensas e inversamente proporcional a quantidade populacional, que poderiam produzir em larga escala produtos tropicais que não existiam em zonas temperadas com clima frio , pra competir com o comércio das Índias
que tinha a hegemonia do comércio de especiarias.
Isso mudou a forma de trabalho, estabeleceu padrões de comércio, padrões de relações sociais e cultura organizacional. E então chegamos ao
século XX e o capitalismo se apropriou de forma um pouco preguiçosa de alguns padrões antigos para responder as necessidades básicas do desenvolvimento em larga escala e a manutenção
de hierarquias.
A primeira é a mão-de-obra barata. A produção em larga escala requer que o valor do trabalho seja menor do que as riquezas que a capacidade de distribuição
podem trazer. Basicamente na escala de oferta, quanto menor for o salário do trabalhador, maior será a margem de lucro. Por isso, leis trabalhistas , a educação, a qualidade de vida, a saúde
, são distrações que mantêm uma classe na pobreza preocupada em sobrevivência. E isso dentro da própria concorrência no mercado de trabalho.
Enquanto isso , o segundo resultado é o acesso à matéria prima barata, que reflete em interferências politicas, econômicas e guerras em um país
e em uma determinada região para outra. Assim multinacionais se instalam em territórios que tem bastante matéria prima, ao mesmo tempo que é corrompida por processos sistêmicos de corrupção
e conflitos que barateiam a extração de recursos.
E a terceira é especulação financeira que se reflete na capacidade de ter uma moeda forte e estável que produz lucro ou compensações satisfatórias
nas relações de trocas. Comprar barato e vender caro.
Sendo assim, governos que se apresentam como neoliberais e tem uma força para se comportar como se o país fossem uma empresa, tendem a polarizar o mundo em duas extremidades
de acordo com sua capacidade de expansão dos negócios, sem considerar variáveis no meio disso tudo como opções conciliatórias e tendem a levar o mundo à destruição.
Porque em algum momento esses dois polos se chocam. E então já no século XXI , com a chegada da 3º revolução industrial ( a robótica) , essas convicções do passado
reiterada ao longo dos anos , se tornam obstáculos para pensar uma nova forma de organizar a sociedade, sem alcançar o colapso.E ainda assim, erradicação da pobreza continua como primeira meta de desenvolvimento sustentável da ONU.