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sábado, 26 de junho de 2021

A era da razão


Quando o filósofo Hobbes defendia o poder absoluto dos reis, ele argumentou que o homem só vive no caos, sendo lobo de usa própria espécie, tendo por isso que ceder a sua liberdade para um rei que o governasse. Mas ao mesmo tempo esse poder era regido por interesses individuais e sem nenhuma régua moral que o regule. O que faz de alguém capaz de assumir essa posição? Se o poder legítimo não é dado por deus, a quem pertence o poder então? O movimento iluminista chegou para se contrapor à Maquiavel e Hobbes questionando a legitimidade do poder. Surgia a idade da razão, onde todos os questionamentos se voltavam em busca de respostas racionais através dos ideais iluministas.

Com o surgimento das monarquias absolutistas e o mercantilismo, surgiu uma classe burguesa, que cresceu por causa do comércio e se intelectualizou com o avanço da ciência, culturalmente e ideologicamente. Com isso passou a questionar a legitimidade do poder dos reis através dos desmandos que praticavam e excesso de impostos de modo que a lei demandava do interesse pessoal de um indivíduo. Nesse contexto aconteceram a revolução francesa, a revolução industrial, a revolução inglesa, a luta por independência dos países colonizados e o início do capitalismo como sistema econômico.

Todas essas revoluções tiveram sua base nos ideais liberais do século XVII e XVIII. Suas características são defender um estado laico e não intervencionista. Também a separação entre o público e o privado. A existência de uma constituição e declaração dos direitos humanos que garantem as liberdade individuais. Criou a divisão de poderes em legislativo, executivo e judiciário para que o poder não fosse concentrado na mão de um só. E culminou na monarquia parlamentarista, e, logo depois no presidencialismo.


A maior questão que o liberalismo se propôs a resolver foi sobre a legitimidade do poder. Segundo Diderot, “nenhum homem recebeu da natureza o direito de comandar o outro, por isso todo homem tem o direito de aproveitar a sua liberdade como achar certo, a autoridade de um sobre o outro não é natural." Ou acontece pela violência, do qual ele considera uma usurpação, ou sob consentimento mediante um contrato firmado entre as partes. E especialmente no caso de um povo, essas condições, requer que seu uso seja benéfico para a sociedade. Mas sem nunca exigir a restrição de sua total liberdade e sem reservas.


Já John Locke propôs que o absolutismo fosse substituído por um contrato entre governantes e governados baseado em um conjunto de leis escritas, denominada constituição. Ele também afirmou que todo homem possui alguns direitos naturais e são eles a liberdade, o direito a propriedade privada e a resistência contra governos tirânicos.
A razão passou a ser vista como o único guia infalível para se chegar ao conhecimento e a sabedoria ao invés da fé. Mas é ainda diferente da democracia. Uma vez que o liberalismo se preocupa primeiramente com as liberdades individuais, enquanto a democracia se caracteriza por ser a soberania do povo.